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Basílica Nossa Senhora do Carmo

O Largo do Carmo, local onde está a Basílica, é considerado o marco oficial da inauguração da cidade de Campinas. Por muitos anos funcionou ali a primeira Delegacia de Polícia e o primeiro prédio da Câmara Municipal. O Largo também teve moradores ilustres na Rua Barão de Jaguara como Roberto Handell e Hércules Florence, ambos considerados por muitos como os pioneiros mundiais da primeira transmissão de rádio e da fotografia respectivamente.

Uma das belas edificações da cidade, com seus virtais e afrêscos pintados nas paredes interiores da igreja, a Basílica do Carmo, da Ordem Terceira do Carmo que se estabeleceu em 1910, é o único templo gótico de Campinas.

 

Basílica Nossa Senhora do Carmo em Campinas - SP  - Campinas Virtual. em Campinas

Largo do Carmo

Nela estão enterrados, sob a torre leste, os fundadores da cidade Barreto Leme e sua esposa Rosa Maria de Jesus.

Sua história começa em setembo de 1773 quando foi demarcado o local para a contrução da igreja que seria a Matriz da Freguezia de Nossa Senhora da Conceição para ser construída na Praça Bento Quirino e atender aos anseios da população que habitava o então bairro rural que se tornou conhecido em 1739 como Campinas de Mato Grosso por um local para cultos religiosos.

A população, através de Francisco Barreto Leme, solicitou ao Bispo de São Paulo uma licença para construir uma capela provisória para os ofícios religiosos. Os ensejos foram atendidos, no terreno oposto ao que já se construía a Matriz foi erguida a capela construída em pau-a-pique, barro, madeira e coberta com sapé e no dia 14 de julho de 1774 o Frei Antonio de Pádua rezou a primeira missa na modesta capelinha.

No dia 26 de julho de 1781 a Matriz da Conceição, atual Catedral Metropolitana de Campinas, já estava instalada em sede própria.

Financiada pelos Barões do Café, que na época queriam uma Basílica semelhante as da Europa, a construção da Basílica era um projeto grandioso que cobriria toda a extensão do Mausoléu de Carlos Gomes até a atual igreja.

Com a crise da oligarquia cafeeira as obras foram paralisadas, o café entrou em declínio e o dinheiro que financiava a igreja acabou. Por conta disso os terrenos da Praça Bento Quirino e o do Mausoléu de Carlos Gomes foram cedidos à Prefeitura de Campinas, que em troca prometeu terminar a edificação, mas acabou não se concretizando.

Outro reflexo da falta de recursos são as abóbodas da Igreja, elas possuem uma altura menor que às exigidas na arquitetura gótica para o teto como também seu forro que deveria ser de alvenaria e é de gesso.

O visual gótico da edificação é marcado por inúmeros símbolos, a Porta Santa da Basílica do Carmo é carregada de simbolismos como o próprio ícone central que traz diversas informações cristãs. O círculo azul de fundo indica o globo, sobre ele está a cruz com três hastes que representa a Santíssima Trindade. Nesta área estão cinco pombos que são os cinco continentes, a luz presente simboliza Cristo, as aves que estão entrelaçadas significa o espírito de unidade dos filhos de Deus e de reconciliação entre os povos.

A construção visual da Porta seguiu o estilo gótico e florido da igreja, no alto estão impressas a primeira e a última letra do alfabeto grego - alfa e ômega. É a única existente no Brasil e a sexta do mundo, tem sentido simbólico de passagem de uma situação difícil para um futuro melhor.

A imagem da Nossa Senhora do Carmo pesa mais de 200 quilos, mede 2 metros de altura e foi trazida de Barcelona para Campinas pelo Monsenhor Ribas Dávila em 1904. É esculpida na madeira em bloco único no final do século XIX e está centralizada no altar-mor. Num dos altares laterais, encontra-se a imagem de Nossa Senhora dos Remédios, colocada ali pelo pároco da época em cumprimento a uma promessa feita para livrar Campinas da epidemia de febre amarela, que devastava a cidade no início do século passado.

Seu interior é rico em detalhes, repleto de anjos em relevo, pinturas, marmoaria em belos ornamentos e cores. O batisfério, e vitrais que representam o Santíssimo sacramento, são as principais características do Templo. Os vitrais foram feitos em técnica de Grisaille, uma pintura monocromática que dá a ilusão de relevo.

Os murais das paredes foram pintados pelo artista italiano Gaetano Niani. Rampas de acesso à porta principal, o galo vigilante que atua como uma bússola sobre uma das torres principais conforme o vento, e um crucifixo de ferro com quatro metros sob a parece frontal estão entre os elementos góticos da Basílica que foi tombada pelo Condepacc e hoje faz parte do patrimônio histórico da cidade de Campinas.

Galeria de fotos da Basílica do Carmo

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Curiosidades da Basílica

A atual Basílica do Carmo foi inaugurada oficialmente em 16 de julho de 1940. Os dois relógios com mostruário de louça pertenceram à antiga Cadeia Pública de Campinas. As duas torres são originais da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, e sua construção foi mardada por uma tragédia: o falecimento do arquiteto italiano Santoro, que caiu de uma delas durante as obras.

Sua frente mede 18,5 metros, na lateral a igreja mede 52,2 metros. A nave central 9 metros, cada uma das lateriais 4,5 metros.

Com um belo desenho o templo é bem iluminado e arejado. Em suas janelas esguias aparecem símbolos litúrgicos como a pomba, pavão, pelicano e peixe. Todos remetem a Maria, Jesus e a imortalidade através de seu sangue. Os santos carmelitas Simão Stock e João da Cruz estão postados, um de cada lado, sob a cruz. Duas estátuas de dois metros, de Judith e Ester, são fortes imagens de mulheres do antigo testamento e simbolizam Maria, a mulher forte.

Um rendilhado feito de cachos de uvas, e folhas, lembrando o mistério da Eucaristia e a beleza da virgindade, pode ser visto no grande vitral do arco do cruzeiro.

Possui um órgão tamburini de tubos que foi instalado em 1953, da marca Giovani com dois teclados, e 1335 tubos e 32 pedaleiras. É o instrumento musical de maior recurso harmônico e melódico de Campinas, com aproxima-damente 24 registros, o instrumento emite 24 timbres diferentes, que podem ser usados sozinhos ou combinados entre si.